sexta-feira, 9 de agosto de 2013

TEORIA SINTÉRGICA E ALEPH

 
http://pijamasurf.com/2011/08/jacobo-grinberg-su-genial-obra-y-su-misteriosa-desaparicion/


Entre alguns estudos que encabeçou Jacob Grinberg, seja dentro do Instituto Nacional para o Estudo da Consciência, fundado por ele mesmo no interior da UNAM, ou de maneira independente, se encontram intrigantes temáticas em torno da relação da mente com a matéria.


Como resultado destas investigações Grinberg elaborou novas teorias. Sua Teoria Sintérgica, que se refere a uma espécie de Matriz Holográfica, que chamou de  LATTICE, que tudo abarca (e que imediatamente nos recorda os campos morfogenéticos de Sheldrake ou o conceito de ''ordem implicada'' de David Bohm).


No interior deste campo informacional nada está separado, é uma espécie de éter híperinformativo (ATMAN) a partir do qual nosso cérebro deve decodificar fibras, dados e vestígios de conhecimento através de distintas atitudes cognitivas. E o resultado deste processo é o que cada um de nós concebemos como a ‘’realidade’’: ‘’A realidade é percebida como resultado de uma decodificação que leva a cabo nosso cérebro a partir de uma estrutura pré-espacial, e como tal implica a interpretação realizada pelo aparato de nossa mente-cérebro’’, afirma Grinberg.


Além do mais, de acordo com o cientista mexicano, essa matriz representava algo assim como uma projeção holográfica do ALEPH de BORGES, ponto onde convergiam toda a informação completa do Cosmos, e aquele que fosse capaz de treinar-se e instruir-se com as habilidades necessárias poderia interagir conscientemente com essa Matriz Holográfica (éter hiperinformativo ou ATMAN).


Mesmo porque, isso é o que fazem xamãs e yoguis há milênios.





http://pijamasurf.com/2011/08/jacobo-grinberg-su-genial-obra-y-su-misteriosa-desaparicion/





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A existencia do campo neural e a conceituação do mesmo campo unificado...





...postulou que a experiência é a interação do campo neural com a estrutura energética do espaço. A essa última batizou com o nome de sintergia e postulou uma semelhança entre a organização sintérgica do espaço e a organização cerebral. O campo neural afeta e altera a organização sintérgica, e num certo nível de funcionamento é UM com ela, de tal modo que o produto da atividade cerebral se confunde com o resto da criação.





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O referente a uma distinção implícita entre ESTADO DE CONSCIÊNCIA e REGISTRO COGNITIVO.





ESTADO DE CONSCIÊNCIA se refere a um determinado funcionamento da mente.





REGISTRO COGNITIVO se refere a arquivos de memória.





Efetivamente, todo registro poderíamos considera-lo como subentendido em um ‘’ESTADO DETERMINADO’’, e nesse sentido seriam de algum modo equivalentes, mas não para os efeitos do NOSSO DISCURSO PINEAL.








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A razão de se sublinhar a noção de REGISTRO está no desejo de chamar a atenção para as dificuldades de recuperar, desde um estado de consciência ordinário, a informação registrada num estado mental diferente. Como as informações e imagens que não trazemos dos sonhos que sonhamos á noite, por exemplo.






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http://pijamasurf.com/2011/10/cientificos-confirman-que-los-trances-hipnoticos-son-reales/





Cientistas confirmam que os transes hipnóticos são reais.



 
Cientistas escandinavos comprovam que a hipnose é um estado da mente humana e não ‘’mera sugestão’’.


 
Muitas pessoas se mantém céticas frente á hipnose, acreditando tratar-se de uma prática pseudo-científica ou uma combinação de relaxamento, visualização e poder de sugestão ou auto-sugestão.





Um grupo de cientistas finlandeses e suecos ,sem embargo, encontrou evidencia de que os transes hipnóticos são reais e conformam um estado único de consciência alterada.





A chave parece estar no olhar vítreo característico desse estado.





Usando tecnologia eye-tracking (registro do olhar) de alta resolução e um ‘’óculos-motor’’ que detona respostas oculares automáticas, os investigadores descobriram que o olhar vítreo característico da hipnose está acompanhado de câmbios (mudanças) calculáveis nos reflexos automáticos dos olhos.


Isto sugere que a hipnose não deve ser considerada como um estado meramente imaginário, mas como um estado de consciência tangível e a partir de uma ótica científica.



 
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Tudo isso abre um interessante campo de estudo para a Psicologia e a Neurociência, disciplinas que deverão explorar o estado hipnótico como parte importante da consciência humana.





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BORGES, O Aleph
(FRAGMENTO


Chego, agora, ao inefável centro de meu relato; começa aqui meu desespero de escritor. Toda linguagem é um alfabeto de símbolos cujo exercício pressupõe um passado que os interlocutores compartem; como transmitir aos outros o infinito Aleph, que minha temerosa memória mal e mal abarca? Os místicos, em análogo transe, são pródigos em emblemas: para significar a divindade, um persa fala de um pássaro que, de algum modo, é todos os pássaros; Alanus de Insulis, de uma esfera cujo centro está em todas as partes e a circunferência em nenhuma; Ezequiel, de um anjo de quatro faces que, ao mesmo tempo, se dirige ao Oriente e ao Ocidente, ao Norte e ao Sul. (Não em vão rememoro essas inconcebíveis analogias; alguma relação têm com o Aleph.) É possível que os deuses não me negassem o achado de uma imagem equivalente, mas este relato ficaria contaminado de literatura, de falsidade. Mesmo porque o problema central é insolúvel: a enumeração, sequer parcial, de um conjunto infinito. Nesse instante gigantesco, vi milhões de atos prazerosos ou atrozes; nenhum me assombrou tanto como o fato de que todos ocupassem o mesmo ponto, sem superposição e sem transparência. O que viram meus olhos foi simultâneo; o que transcreverei, sucessivo, pois a linguagem o é. Algo, entretanto, registrarei.
Na parte inferior do degrau, à direita, vi uma pequena esfera furta-cor, de quase intolerável fulgor. A princípio, julguei-a giratória; depois, compreendi que esse movimento era uma ilusão produzida pelos vertiginosos espetáculos que encerrava. O diâmetro do Aleph seria de dois ou três centímetros, mas o espaço cósmico estava aí, sem diminuição de tamanho. Cada coisa (o cristal do espelho, digamos) era infinitas coisas, porque eu a via claramente de todos os pontos do universo. Vi o populoso mar, vi a aurora e a tarde, vi as multidões da América, vi uma prateada teia de aranha no centro de uma negra pirâmide, vi um labirinto roto (era Londres), vi intermináveis olhos próximos perscrutando-me como num espelho, vi todos os espelhos do planeta e nenhum me
refletiu, vi num pátio da rua Soler as mesmas lajotas que, há trinta anos, vi no vestíbulo de uma casa em Fray Bentos, vi cachos de uva, neve, tabaco, veios de metal, vapor de água, vi convexos desertos equatoriais e cada um de seus grãos de areia, vi em Inverness uma mulher que não esquecerei, vi a violenta cabeleira, o altivo corpo, vi um câncer no peito, vi um círculo de terra seca numa calçada onde antes existira uma árvore, vi uma chácara de Adrogué, um exemplar da primeira versão inglesa de Plínio, a de Philemon Holland, vi, ao mesmo tempo, cada letra de cada página (em pequeno, eu costumava maravilhar-me com o fato de que as letras de um livro fechado não se misturassem e se perdessem no decorrer da noite), vi a noite e o dia contemporâneo, vi um poente em Querétaro que parecia refletir a cor de uma rosa em Bengala, vi meu dormitório sem ninguém, vi num gabinete de Alkmaar um globo terrestre entre dois espelhos que o multiplicam indefinidamente, vi cavalos de crinas redemoinhadas numa praia do mar Cáspio, na aurora, vi a delicada ossatura de uma mão, vi os sobreviventes de uma batalha enviando cartões-postais, vi numa vitrina de Mirzapur um baralho espanhol, vi as sombras oblíquas de algumas samambaias no chão de uma estufa, vi tigres, êmbolos, bisões, marulhos e exércitos, vi todas as formigas que existem na terra, vi um astrolábio persa, vi numa gaveta da escrivaninha (e a letra me fez tremer) cartas obscenas, inacreditáveis, precisas, que Beatriz dirigira a Carlos Argentino, vi um adorado monumento em La Chacarita, vi a relíquia atroz do que deliciosamente fora Beatriz Viterbo, vi a circulação de meu escuro sangue, vi a engrenagem do amor e a modificação da morte, vi o Aleph, de todos os pontos, vi no Aleph a terra, e na terra outra vez o Aleph, e no Aleph a terra, vi meu rosto e minhas vísceras, vi teu rosto e senti vertigem e chorei, porque meus olhos haviam visto esse objeto secreto e conjetura) cujo nome usurpam os homens, mas que nenhum homem olhou: o inconcebível universo.

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