quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Explicação dos EUA para espionagem foi insatisfatória, diz ministro


FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
Um dia depois da visita secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) afirmou, nesta quarta-feira (14), que o governo brasileiro permanece insatisfeito com as explicações prestadas até agora pelos norte-americanos sobre as denúncias de espionagem.
"Não estamos satisfeitos com os esclarecimentos prestados. Levaremos o caso aos órgãos internacionais, provavelmente à ONU [Organização das Nações Unidas]. É um problema mundial que extrapola a mera discussão bilateral", afirmou Paulo Bernardo.
O ministro participa de audiência na Câmara para debater as denúncias de interceptação de dados brasileiros pelos norte-americanos por meio de redes sociais, e-mails e programas de busca.
Na terça (13), Kerry esteve coma presidente Dilma Rousseff e com o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores). Ele defendeu a espionagem global feita por seu país, inclusive no território brasileiro. Sem citar o termo "espionagem", Kerry disse que a iniciativa visa a garantir a segurança de cidadãos de todo o mundo, bem como brasileiros.
As revelações de espionagem no Brasil foram feitas com base em informações do ex-técnico da CIA Edward Snowden, que recebeu asilo temporário da Rússia.
Os EUA, segundo o ministro, alegam que monitoram apenas metadados, informações como telefone de origem, destino, hora e duração da chamada. Mas admitiram que, se necessário for, podem aprofundar a pesquisa.
"Ora, se você pode aprofundar, você tem dados que não são só os metadados.A contradição ficou evidente logo de cara", afirmou Paulo Bernardo.
MAIS PRAZO
Na tentativa de se defender, o ministro diz que o novo satélite de comunicações do Brasil, ainda em fase de seleção do fornecedor, terá diferentes mecanismos de segurança e defesa.
O Brasil também apura se empresas nacionais compartilharam com os EUA. Segundo Paulo Bernardo, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) fez um pedido "alentado" de informações às teles com o objetivo de identificar vulnerabilidade das redes. "As empresas pediram adiamento do prazo diante do numero de informação", explicou.

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