William
Blake não se tornou um herói do movimento radical estudantil de um passado
recente por acaso. Profundamente impressionado com o ritmo de atividades
irrefreáveis nas Revoluções Americana e Francesa, com todas suas consequências
sociais, Blake aplicou princípios revolucionários em suas reflexões sobre o
desenvolvimento dinâmico do indivíduo. Ele desejava derrubar todas as
''fundações '' religiosas e políticas; seus textos encorajavam cada um a
procurar seus próprios valores espirituais e morais. Ele adotou uma posição
anárquica, frente a frente com as posições ortodoxas do cristianismo
contemporâneo e as noções tradicionais de bem e mal. Crenças racionais e
científicas, que estavam sendo enunciadas na era do Iluminismo, foram invertidas
por Blake em sua meditação sobre imagens internas que derivavam de emoções
profundas e essenciais do homem, não de suas habilidades intelectuais ou
técnicas adquiridas. Sobre isso, Blake antecipou o trabalho dos psícólogos
contemporâneos, que reconhecem que todo evento externo é afetado pela pessoa que
o experimenta e que seu emocional, bem como suas respostas cognitivas, são
partes elementares do fenômeno que está sendo observado. Além disso, as imagens,
em muitos dos livros de Blake, particularmente em suas últimas obras, mostravam
identidade com seu tempo e lugar e adquiriram a qualidade universal de temas de
contos e jóias mitológicas, que sempre reaparecem em lugares largamente
distantes. Contraditoriamente, é apenas essa universalidade de tema e estilo que
separa Blake como profeta do indivíduo; devido á sua indepêndencia das atitudes
determinadas pela tradição contemporânea inglesa, ele foi atirado sobre suas
próprias fontes para criar uma filosofia pessoal independente, que lhe daria o
suporte necessário em sua busca por novos padrões de significado.
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