Por
hora, devemos ser pacientes com as excentricidades linguísticas daqueles que se
vêm obrigados a descrever uma certa ordem de experiência em termos de um
sistema de símbolos, cuja pertinência é a fatos de outra ordem completamente
distinta.
Aldous
Huxley, A filosofía perenne
(...)
A
Graça é algo que pertence ao Mistério. Falar dela não serve praticamente de
nada; mas serve menos ainda, no entanto, agir como se ela não existisse.
Devemos contemplar a Graça como algo real e efetivo. Façamos como o professor
Sogol, e consideremos o problema resolvido desde um ótimo princípio (que
resumimos assim: a GRAÇA , com suas implicações ontológicas e metafísicas, com
sua tecnologia psíquica enigmática, é ALGO REAL, EXISTE), e a partir desse ponto inicial simples y
humilde (cristianíssimo por sinal) seguimos sinfronizando e intertextualizando
fraternalmente (através da inter-textualidade fluida e analógica que permite a técnica do recorte)
todas as consequências da nossa tomada de posição em favor e em nome de Deus,
do Estado de Graça e do Espírito Santo. . .Amém... e por ese del Espírito Santo agradecemos
antecipadamente também á SAMUEL TAYLOR COLERIDGE, outro de seus apóstolos
popularizado por Borges e, sobretudo,
por uma teoria e método que este ressuscitou e seus ‘’filhos’’
aproveitaram... desde JOYCE, KAFKA, PROUST, ARTAUD, IONESCO, BORGES, CORTÁZAR, etc.
el cofundador de la GOLDEN ...WILLIAM BUTTLER YEATS... chamados por eles de
‘’minuto liberado del tiempo, punto de velamen, hendidura, etc... sempre
envolvendo a idéia da abertura de poros, por assim dizer, órficos de apreciação
da realidade.
Também
devemos recorrer para nosso propósito, tal como parece ser necessa´rio, ao que
Keats chamava de ‘CAPACIDADE NEGATIVA’’,
e que tão bem descreve Wladimir Weidlé:
A
CAPACIDADE NEGATIVA é o dom de permanecer fiel a uma certeza intuitiva que a
razão despreza e que o bom senso não admite; de conservar um modo de pensar que
não pode senão parecer insensato e ilógico desde o ponto de vista da razão e da
lógica, mas que desde um ponto de vista mais profundo poderia revelar-se
superior á razão e transcender a lógica do pensamento conceitual... O artista
deve poder contemplar o universo e cada uma de suas partes, não em um estado de
diferenciação, de desintegração analítica, e sim mergulhado na unidade primeira
do ser... (citado por Cortázar en Imagen de John Keats, Madrid, Santilllana,
1996, p. 110).
(...)
‘’De
alguma maneira, a mim não me ocorre nunca que escreva nenhum livro ou componha
poema. Todos os cantos que tenho feito, foram feitos motivados por uma relação
com algum evento em particular(...) Os únicos poemas que me vieram
espontaneamente e que me impeliram, por assim dizer, a compô-los, sem que nada
me apressasse a faze-lo, são os ‘’OITO VERSOS DE ARUNACHALA’’ e os ‘’ONZE
VERSOS DE ARUNACHALA’’. No primeiro dia as palavras dos ONZE VERSOS me vieram
de repente em uma manhã, e inclusive ia suprimi-los, dizendo: ‘’Que tenho eu a
ver com estas palavras?’’, mas não foram devidamente reprimidas até que eu
compusesse um canto começando com elas, e todas as palavras fluíram facilmente
sem nenhum esforço, naquela ocasião.
·
(Bhagaván.
De un diario de A. Devaraja Mudaliar, Madrid, Etnos, 1995, trad. de E.
Ballesteros)
·
9/5/1946
(...)
O
ritmo provoca uma expectação, suscita uma ‘’tensão’’. Se se interrompe,
sentimos um choque. Algo se perdeu. Se continua, seguimos esperando algo que
não se pode nomear. O ritmo engendra em nós uma disposição de ânimo que só
poderá acalmar-se quando sobrevenha ‘’algo’’. Nos coloca em atitude de espera.
Sentimos que o ritmo é um ir até algo, ainda que não saibamos o que é esse
algo. TODO RITMO É SENTIDO DE ALGO. Assim pois, o ritmo não é exclusivamente
uma medida vazia de conteúdo e sim uma direção, um sentido. O ritmo não é
medida, e sim TEMPO ORIGINAL
…
O
ritmo não é medida: é visão de mundo…
Graças
ao ritmo percebemos essa universal correspondência; melhor dizendo, essa
correspondência não é senão manifestação do ritmo. Voltar ao ritmo envolve uma
mudança de atitude frente á realidade; adotar o princípio de analogia,
significa regressar ao ritmo.
el
poeta romántico proclama el triunfo de la imagen sobre el concepto, y el
triunfo de la analogía sobre el pensamiento lógico.
·
Octavio
Paz, El arco y la lira
(...)
Porque
escrevo isto? Não tenho ideias claras, nem sequer tenho ideias. Há redemoinhos,
impulsos, bloqueios, e tudo isso busca uma forma, então entra em jogo o ritmo e
eu escrevo dentro desse ritmo, escrevo por ele, movido por ele e não por isso
que chamam de pensamento e que faz a prosa, literária ou outra. Há primeiro uma
situação confusa, que só pode definir-se numa erupção de palavras; dessa
penumbra parto, e se o que quero dizer (se o que quer DIZER-SE) tem suficiente
força, imediatamente se inicia o...
·
Cortázar.
(...)
...o relâmpago de conexão elétrica entre o cérebro e as estrelas, a VOZ e a LUZ.
(...)
...o relâmpago de conexão elétrica entre o cérebro e as estrelas, a VOZ e a LUZ.
Post
Scriptum
. Pero es Dios,
difundiéndose en todo, quien hace todo una unidad.
(...)
difundiéndose en todo, quien hace todo una unidad.
(...)
Samuel Taylor Coleridge
Post
Scriptum
Tu moldeas mi
esperanza, vestida en mi interior;
Liderando todas mis palpitaciones, fluyendo en mi respiración.
Tu yaces en mis muchos pensamientos, como la luz,
Como la dulce luz del crepúsculo,
O la visión anticipada del verano rompiendo en el arroyo,
Nubes reflejadas en un lago.
Y mirando hacia el cielo que se arquea sobre ti,
Muy a menudo, bendigo al dios que me ha hecho amarte así.
Liderando todas mis palpitaciones, fluyendo en mi respiración.
Tu yaces en mis muchos pensamientos, como la luz,
Como la dulce luz del crepúsculo,
O la visión anticipada del verano rompiendo en el arroyo,
Nubes reflejadas en un lago.
Y mirando hacia el cielo que se arquea sobre ti,
Muy a menudo, bendigo al dios que me ha hecho amarte así.
Samuel Taylor Coleridge
(1772-1834)
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