‘’Só então O verá, quando não possas mais falar Dele; pois o
conhecimento Dele é silêncio profundo, e supressão dos sentidos’’
Hermes, «Lib.» X.5
(...)
Este ‘’lado
silencioso’’ se identifica com o que se chama de ‘’os olhos prensados de soma’’
no vedantismo, olhos pelos quais o Conhecedor do campo alcança o mundo da Luz.
Há uma referência a estes “”Olhos de Soma, olhos de contemplação (dhi) intelecto (manas) com os quais nós
contemplamos o Princípio Supremo’’ (hiranyam, Rg Veda
Samhita I.139.2, ou seja, Hiranyagarbham, o Sol, a Verdade, Prajapati,
como em Rg
Veda Samhita X.121).
A oração bem
conhecida do Rg
Veda Samhita X.189, dirigida a Rainha (Sarparajm) que é por sua vez
tbm a Aurora, a Terra e a Esposa do Sol, se conhece também como o CANTO MENTAL
(manasa stotra) devido evidentemente a que, como se explica en Taittiriya
Samhita VII.3.1, se «CANTA MENTALMENTE» (manasa6 stuvate), e isto é porque está
dentro do poder do intelecto (MANAS) não só abarcar isso (MAM, ou seja: o
universo finito) em um único instante mas também transcende-lo, não só contê-lo
(paryaptum) mas também envolvê-lo (paribhavitum). E desta maneira, através do
que é anunciado previamente verbalmente (vaca) e do que se anuncia depois
mentalmente ‘’se possui e se obtém os dois mundos (os dois níveis de
consciência)
cambio de
velocidad:
Agarrar o Infinito na palma da mão
E a Eternidade num instante."
(William Blake)
Precisamente o
mesmo está implícito em Satapatha
Brahmana II.1.4.29, onde se
diz que tudo que não se obteve com os ritos precedentes se obtém agora por meio
dos versos á SARPARAJNJ recitados, como de regra, mental y silentemente; e assim se obtém o TODO
(SARVAM).
ANANDA
COOMARASWAMY
(...)
Se compreenderá
que Agni e Indra são tanto RESSONÂNCIAS quanto LUZES, e que o ‘’bramido’’ das
chamas de Agni é também sua CREPITAÇÃO
ou CANTO. O Sol mesmo CANTA e
isto se encontra expresso no verbo ARC, que significa exatamente CANTAR ou
BRILHAR, ou mesmo as duas coisas ao mesmo tempo (VERBUM ET LUX CONVERTUNTUR)
É desnecessário
examinar aqui se USNISA significa PROTUBERÊNCIA CRANEAL ou TURBANTE. Em um e
outro caso está indicando que é do alto da cabeça que vem a LUZ. Há um paralelo
estreito entre a redação em Jataka VI.376, onde a divindade do parasol real
emerge por uma abertura no alto da cabeça (‘’Algumas Palavras Pali’’)
Em algumas
representações deste RAGA o cantor está em um reservatório de ‘’água primordial’’
por segurança
o FOGO, vindo a
ser tornar FALA, ocupou TODA A BOCA
agnir vag bhutva
mukham pravisat
morando nos
seres como a FALA no FALADOR
é certo que
todos os PODERES DA ALMA (PRANA) são MEDIDAS DO FOGO DO ESPÍRITO SANTO
a FALA
corresponde ao FOGO, a VISÃO ao SOL, etc
ANANDA
COOMARASWAMY
(...)
Aqui
temos, pois, um “roteiro” sumário da meditação completa. O tema está
relacionado sobretudo às etapas finais do Ashtanga Yoga de Patânjali, ou a
“Ioga de Oito Partes”, conformada na sua totalidade por:
1)
Yamas – Restrições (ética passiva)
2)
Nyamas – Prescrições (ética ativa)
3)
Asanas - Posturas
4)
Pranayamas - Controle consciente da respiração
5)
Pratyahara – Abstração
6)
Dharana - Concentração
7)
Dhyana - Meditação
8)Samady
– Identificação, Contemplação
As
três útimas fases conformam o Samyama, o tríplice corolário da Yoga de
Patânjali, configurando mais propriamente as etapas da meditação. Porém, tanto
o Pranayama quanto o Pratyahara, também participam ativamente na meditação,
fazendo uma transição e uma preparação para o controle mental. A postura também
faz parte disto, embora se trata de uma postura mais ou menos fixa, assim como,
é claro, as energias concentradas graças às atitudes éticas.
O
Samady final às vezes é associado à iluminação, mas na verdade se trataria aqui
antes de uma Identificação, que é a meta da yoga, vista como a busca da
Identificação ou yug (raiz da palavra yoga), que significa sugjugar, controlar
(a mente), donde a nossa expressão “jugo”. A palavra yoga significa “união”
semelhante a religião, do latim religare, “religação”. Assim, a iluminação
seria também a meta e a superação da religiosidade, tal como entendida habitualmente
de salvação da alma, por exemplo.
Tema
sutil e refinado, a iluminação (samadhi, nirvana) costuma ser interpretada e
descrita de forma múltipla, existindo também na Yoga e no Budismo,
classificações para as sucessivas “etapas da iluminação”.
A
rigôr, contudo, a iluminação perfeita vai além da pacificação mental e é um
corolário ulterior da yoga, técnica esta definida por Patânjali como
yogascittavrttinirodhah, ou seja: "Ioga é a parada das modificações
mentais". Não casualmente, quando trata das “técnicas” existentes além da
terceira iniciação, Alice A. Bailey quase se reduz a mencionar as “variantes da
identificação” (a identificação é, sabidamente, uma das bases da compaixão). A
iluminação é o mundo além da mente, embora já use a mente de forma livre e
criativa.
O
plano búdico ou quaternário é chamado “Mar de Fogo”, um mundo auto-criado de
energias divinas, que levou São Paulo a afirmar que “nosso Deus é um fogo
consumidor” e Jesus a dizer que “o Pai tem a vida em si mesmo”. Para chegar
este plano de glórias eternas, é preciso fazer a preparação do mental superior
chamada “a travessia da terra ardente”. Aqui entra a fórmula rosacruz que afirma:
“para teres acesso ao FOGO, acende uma chama.”
LAWS
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